quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Quando.

Quando acordo livre doutrina do meu tempo
Um dia quente nasce em meu ventre
E enlouqueço com qualquer vento molhado
A acariciar minhas pernas e beijar meus olhos.

Esqueço dores ou desamores pelo caminho
E o pensamento sorri a bênção vida nas veias
A morder versos em meus longos dedos
Acostumados a desenhar o infinito em prosa.

Poros respiram a liberdade do sentir
Onde cavalgo a costa de meus anseios
E o mar em mim é cenário latino
A consumar felicidade carnal no espírito.

A paz cravada nos lábios ancora esperança
Peixes idéias ondeiam minha concha
E espuma vou e venho com as águas
A descobrir-me luxúria de meus sentidos.

Quando acordo úmida banho-me
No sexo marítimo de meu amado
E mais profunda deságuo mistérios
No dia a provocar-me fêmea.

Eliane Alcântara

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